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Marapanim: Terra do Carimbó e de belas praias

No último final de semana um dos mais gostosos ritmos paraenses teve um festival garantido – que, que terminou no último dia 1 de dezembro. O carimbó – gênero cuja música e dança tem influência indígena, africana e portuguesa, ou seja, tudo o que nós brasileiros e paraenses somos. Um povo culturalmente rico e miscigenado. E é em Marapanim, no nordeste paraense, que o carimbó tem sua força e, digamos, também sua origem. É de lá que temos os grandes mestres dessa manifestação cultural – com a palavra o saudoso mestre Lucindo, cujo monumento dele recebe quem chega à cidade. A estátua carrega um banjo e ainda apresenta um trecho de uma das composições mais conhecidas de Lucindo Rebelo da Costa: “Pescador, pescador”.

A “terra do carimbó” possui aproximadamente 30 mil habitantes, e suas raízes históricas influenciada pela colonização europeia e pelos povos indígenas. Muito dessa mistura torna Marapanim um lugar singular e um ótimo destino para uma viagem. Casarões antigos, igrejas e um imóvel que funciona como uma espécie de “museu do carimbó” são alguns dos lugares que podem ser visitados. No espaço alguns instrumentos, discos e objetos relacionados a este patrimônio da humanidade.

Quem vai até lá precisa assumir o compromisso de conhecer os mestres de carimba que ainda estão vivos e as casas que funcionam como sede dos grupos folclóricos da região.

A noite, o “point” da cidade é a praça em frente à Igreja Matriz, onde também fica a orla. No espaço há atrações para crianças, jovens, e também para adultos que apreciam a boêmia.

O lugar tem poucas opções de hospedagem, até mesmo porque o que mais leva os veranistas a viajar para a Marapanim são as praias e balneários, onde o número de hotéis e pousadas é bem expressivo. Por falar em praias, as duas mais conhecidas são a do Crispim e a de Marudá – esta última a mais badalada. Por ser uma área onde rio e mar se encontram, a região de Marapanim ainda possui praias poucos frequentadas e até mesmo desertas.

Dentre as pouco frequentadas tem a praia de Recreio, que fica próximo do distrito de Marudá. Contudo, esta praia só é boa para banho durante a cheia da maré. Recentemente a vila de Araticu-mirim passou por uma melhoria na infraestrutura e rende um bom passeio – principalmente para quem planeja comprar peixe mais barato.

Praia de Marudá

Um dos destinos mais procurados no Estado, a praia de Marudá possui cerca de 1,5 Km de extensão. Ao longo da orla, carros com sons automotivos tocam todos os ritmos que o turista pode imaginar, passando pelo carimbo e o tecnomelody. O banho nela é melhor quando a maré está cheia. Os restaurantes oferecem um cardápio no qual prevalece peixes e caranguejos.

Praia de Crispim

Destino favorito para quem organiza excursões e passeios conhecidos como “pic-nic”. A praia é muito procurada aos finais de semana. É um lugar para quem procurar tranquilidade em meio ao agito e badalação. Isto porque Crispim possui uma estrutura bem rústica, pouco desenvolvida, até mesmo por estar numa área de proteção ambiental e por isso não é permitido determinada construções. Uma das características da praia são as piscinas naturais que se forma na maré baixa.

Praia do Lambe

Há cerca de dois anos a praia do Lambe (também chamada de Lembe) na Vila de Camará, em Marapanim, nordeste paraense, se revelou para o turismo no Pará e aos poucos tem se mostrado um roteiro interessante para quem gosta de lugares quase desertos. Formada por uma grande faixa de areia que, quando a maré enche, se torna uma espécie de ilha, a praia antes servia basicamente como ponto de apoio para os pescadores. Praticamente só os moradores do vilarejo frequentavam o lugar para o banho e momentos de lazer. Hoje, já é visitada por moradores de outras comunidades do entorno da terra do carimbó. A praia do Lambe é um local extremamente rústico e que pode ser uma ótima pedida para quem gosta da natureza e simplicidade.

Ao redor desta ilhota de areia, áreas de mangue e também de vegetação densa formam uma paisagem exuberante. Os currais – estrutura montada por pescadores – contrastam com a areia e torna o ambiente ainda mais selvagem e natural. Garças, gaivotas e guarás compõem o cenário e encantam a quem chega à praia, de águas mornas.

Na maré baixa, o acesso pode ser feito a pés. Com a maré cheia, o acesso só se torna possível por meio de pequenas embarcações (rabetas e canoas) que fazem a travessia. O valor cobrado pelos barqueiros é de 1 real por pessoa.

Ainda se tem poucas informações confirmadas sobre a “descoberta” do potencial turístico da praia do Lambe. Há quem conte que a divulgação começou depois que a vila de Camará passou a ser visitada por pessoas interessadas em trabalhar em projetos que foram anunciados para aquela região – entre elas o Pré-Sal e também a ferrovia que iria ligar o Sul e Sudeste do Pará ao município de Curuçá, vizinho ao Camará.

Outros moradores ressaltam que a região ficou mais conhecida depois da chegada do sinal de internet e telefone, quando moradores e visitantes passaram a compartilhar fotos do lugar.

No cardápio dos restaurantes predomina o peixe frito – a espécie gó é farta na região – e o caranguejo toc-toc.

O acesso à praia do Lambe é por um caminho que fica em frente a igreja Matriz da vila – por sinal, quem vai de carro pode usar o estacionamento da paróquia. A vila de Camará fica na estrada que liga o centro da cidade de Marapanim à praia de Crispim. Um ramal, asfaltado, leva a pequena vila.

Por Denilson D´Almeida, Colunista Pará Trip