Quer mais leituras?

Voltar

Capa de livro é obra de arte

Poucos leitores percebem o valor da capa de um livro. Mais do que simples “embalagem” da publicação ou estratégia de marketing para turbinar vendas, a capa de uma obra literária tem um papel fundamental na aceitação pelos leitores nestes tempos de competição comercial acirrada e de mídias digitais que ameaçam o velho e bom livro. Quem cria capas é um especialista chamado “capista”, profissional muito requisitado pelas editoras e autores.

“Além de vender a obra, a capa tem que comunicar, como síntese, o conteúdo das páginas a serem lidas”. A afirmação é do designer e artista plástico Sérgio Bastos, autor das capas de três dos oito livros escritos por jornalistas que serão autografados neste dia 27, na Noite Cultural promovida pela Casa C (uma cooperativa de comunicadores em fase de construção em Belém), em parceria com o Centro Cultural Brasil Estados Unidos (CCBEU).

Com um currículo que começa como diagramador e chargista do jornal O Liberal, Sérgio passou por agências de propaganda ao tempo em que entrou no mundo das artes plásticas. Ele perdeu a conta de quantas capas de livros já criou. É conhecido também pela série “Belém tem disso”, gravuras que publicou durante vários anos em O Liberal e em livros de sua própria autoria, dedicados à educação infantil.

AFINIDADES COM O JORNALISMO

Sérgio já fez várias exposições de pinturas em Belém. Ele diz que a capa de livro pode ser entendida como obra de arte. Acrescenta que “um capista tem que estar preparado para qualquer tipo de capa. Alguns temas ajudam na criação, como os livros de reportagens, por exemplo, mas gosto muito de biografias e cultura em geral”.

Ele foi autor de capas e projetos gráficos de várias obras publicadas pela Imprensa Oficial do Estado, nos últimos anos. Por coincidência, amizade com autores ou afinidade com o jornalismo, Sérgio é autor da capa de obras dos jornalistas Luiz Maklouf Carvalho, Ronald Junqueiro (já falecido), Iran de Souza e das obras infantis da radialista Linda Ribeiro. Os jornalistas que viraram escritores, Nélio Palheta e Paulo Roberto Ferreira, que estão no grupo de autores que concederão autógrafos na Noite Cultural, estão também no portfólio de Sérgio Bastos. Do pacote, ele é o autor de três capas: “A Censura no Pará – A mordaça a partir de 1964” e “Encurralados na Ponte – o massacre dos garimpeiros de Serra Pelada”, de Paulo Roberto Ferreira, e de “Equinócio”, livro de poesias do jornalista Nélio Palheta; obra tem, incluindo a da capa, a reprodução de oito marinhas em óleo sobre tela, que demarcam as sequências temáticas dos poemas.

“Conheço Paulo Roberto Ferreira e Nélio Palheta há mais de 40 anos. Somos amigos de longa data e companheiros de diversas jornadas de jornalismo e propaganda. E de luta por direitos humanos. Criar capas para os livros deles, além de um imenso prazer, foi uma honra”, diz Sérgio. A capa de outra obra relevante, “Contido a bala – a vida e a morte de Paulo Fonteles” (deputado e advogado de posseiros no Sul do Pará assassinado em 11 de julho de 1987) é outra obra de Sérgio Bastos.

Além dos livros de Paulo Roberto Ferreira e Nélio Palheta, serão autografados três de Carla Vianna, um de Paulo Silber e outro de Antonio Carlos Pimentel Júnior. Todos os autores têm carreiras destacadas na imprensa de Belém e fora do Estado, tendo atuando em jornais, televisão e rádio; assessoria de imprensa, marketing político e publicidade.

FUNDOS PARA A COOEPRATIVA

O objetivo da Noite Cultural é arrecadar, com a venda dos livros autografados, fundos destinados à implantação da Casa C, uma cooperativa de comunicadores que está em fase de criação em Belém. Ao convidar o público em geral para o evento, a coordenação sugere que exemplares dos livros possam ser doados a escolas públicas, caso quem adquira já tenha uma ou outra obra do pacote.

O evento é promoção da Casa C – futura cooperativa de comunicadores – em parceria com o CCBEU, que no dia 27 encerra a exposição “4.2”, de obras dos pintores paulistas Décio Soncini e Francisco Gonzalez, que se despedem de Belém.

Fonte: Rede Pará